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13/07/2012

A visita de Hitler ao Brasil.

Em junho de 1919, o diplomata Vinício da Veiga viajou de Berlim a Paris com o objetivo de relatar ao chefe da delegação do Brasil à Conferência de Paz, Epitácio Pessoa, o caso do confisco do estoque de café do estado de São Paulo, armazenado durante a Primeira Guerra Mundial, do qual estivera encarregado na legação do Brasil.Desde que se retirara do extinto II Reich para a Suíça, em maio de 1917, acompanhando o ministro Gurgel do Amaral, Veiga vinha cumprindo uma série de serviços temporários no coração da Europa.


O amigo brasileiro de Hitler!

Designado inicialmente para o consulado-geral de Amsterdã, terminou servindo por oito meses e meio no consulado de Zurique. Depois, trabalhou por um ano na legação de Berna. Foi nessa época, mais precisamente, no mês de fevereiro que recebeu um convite de estudantes latino-americanos para ouvir, na Maison du Peuple, a arenga de um líder italiano chamado Benito Mussolini.Nem poucos em Munique haviam levado a sério a criação, a 5 de janeiro de 1919, do Partido dos Trabalhadores Alemães – uma dissidência do Partido dos Trabalhadores para uma Paz Justa Alemã, fundado um ano antes, em Bremen.A nova agremiação, de cunho direitista, nada tinha, mesmo, de importante para ser observada com seriedade. Tratava-se, enfim, de um agrupamento de menos de 50 militantes, que confundiam o socialismo com o nacionalismo, e a essa mixórdia adicionavam boas doses de anti-semitismo e forte sentimento anti-republicano. Entre seus líderes estava o cabo Hitler, que havia sido agraciado por duas vezes com a Cruz de Ferro alemã durante a Grande Guerra e estava agora incumbido, por seus superiores no Exército, de infiltrar-se nos círculos partidários de Munique. Sua missão: avaliar as inclinações do operariado alemão.A 12 de julho de 1926, o cônsul Vinício da Veiga despediu-se de Praga, iniciando viagem para seu novo posto: o consulado-geral de Munique.Nessa época, a atmosfera das cervejarias muniquenhas continuava carregada de tensão e revanchismo. O esmagamento do golpe de 1923 deixara no ar um sentimento de humilhação.


 Um visto para o Führer?
Foi em uma dessas tavernas escuras, fumacentas e ruidosas que o brasileiro Veiga, de 34 anos, conseguiu ser apresentado a Adolf Hitler, de 37. Eram ambos da mesma geração, mas com origens, experiências de vida – sofrimentos – bastante diferentes.Veiga, um latino-americano humilde, do interior atrasado do Brasil, fascinado pela propaganda acerca da figura heróica do presidente alemão Von Hindenburg, que imaginava as chances de o seu país, um dia, alcançar o grau de desenvolvimento e poderio de uma nação complexa como a Alemanha. Hitler, ''um indivíduo taciturno e triste'' conforme o diplomata descreveria muito mais tarde, marcado pela prisão e pelo fracasso. E, apesar disso, os dois passariam a se encontrar com certa regularidade.O cônsul do Brasil teria a companhia do líder nazista por várias vezes até fevereiro de 1927, quando deixou o posto, removido para o Caribe.Foram sete meses de tanta camaradagem que Veiga chegou a consultar o governo do Rio sobre a possibilidade de conceder um visto temporário a Adolf Hitler, para que ele conhecesse o Brasil.
Vinício da Veiga conheceu Hitler em 1926. 
Ele descreveria o nazista como “taciturno e triste”
Mesmo considerando a ascendência alemã de Vinício da Veiga, é impressionante que ele tenha se insinuado com tanto sucesso entre os nacional-socialistas e o grupo de intelectuais que os acompanhavam nas tertúlias encharcadas de bebida – e algo deprimentes – das cervejarias escuras de Munique.Veiga conhecia o presidente brasileiro Artur Bernardes e a mulher dele, Sofia – seus conterrâneos da província de Minas Gerais. Mas uma consulta feita pelo Palácio Itamaraty – sede da diplomacia brasileira – ao chefe de missão em Berlim, Guerra Duval, fez o plano do cônsul naufragar.O horizonte comercial do relacionamento entre a República dos Estados Unidos do Brasil e a República de Weimar era promissor. Em 1927, apesar do desconforto causado pela posição do Rio em relação à admissão dos alemães na Liga das Nações, as exportações brasileiras para a Alemanha iriam alcançar os 9,2 milhões de libras esterlinas.A percepção desse potencial exportador convenceria o ministro do Brasil de que não cabia a ele – ou a nenhum de seus auxiliares naquele país –, ou mesmo ao Itamaraty, outro tipo de entendimento com Berlim que não no plano comercial.O presidente Artur Bernardes, então, negou o pedido do cônsul Veiga de um visto para o amigo agitador de Munique.

Como o PT contribui para a degeneração do velho Estado!



A ida de Luiz Inácio com seu pupilo Fernando Haddad, candidato petista à prefeitura de São Paulo, à residência de Paulo Maluf para uma sessão de fotos e apertos de mão que sacramentaram sua aliança; os desdobramentos da denominada CPI do Cachoeira, na qual as frações do partido único negociam quem vai para o sacrifício e quem deve ser  salvo a qualquer custo; esses são apenas mais dois capítulos dessa tragicomédia que é a velha democracia dos grandes burgueses e latifundiários contando com o oportunismo como coadjuvante.


ABAIXO A FARSA ELEITORAL!

Inútil esconder: a vitória do oportunismo está longe de gerar equilíbrio e principalmente imobilidade, como pretendem o imperialismo e as classes reacionárias que o apóiam. A ninguém convence toda a brutal (contra)propaganda que fazem desabar sobre o povo — sonegando às massas qualquer base material de sustentação, qualquer melhoria das condições de vida do povo.Toda essa imensa crise em que se afunda o poder das classes reacionárias e atrasadas que dominam a vida brasileira não é causada por um simples e eventual desajuste, tampouco produto de desentendimentos partidários, coisa que possa ser resolvida com uma reforma política. São as estruturas do velho e podre Estado que se decompõem, juntamente com todo o arcabouço doutrinário e teórico feito de trapaças: suas idéias e normas políticas, jurídicas, éticas, filosóficas etc. — tão caducas quanto as estruturas que buscam socorrer.Essa crise reflete a agonia do regime colonial, latifundiário e burocrático que, à beira da morte, não consegue mais esconder sua dor lancinante e todo o seu desvario.A crescente e brutal exploração das massas trabalhadoras tornou-se insuportável. Ou o povo trabalhador varre o latifúndio e o imperialismo para fora de nosso país ou será engolido de vez pela escravidão.Já não basta a luta espontânea, percebem os mais combativos e consequentes movimentos camponeses. A convicção das massas de que podem libertar-se a si próprias libertando a terra se comprova na experiência, ombro a ombro, de toda uma classe de homens e mulheres que vivem por suas próprias mãos.Reaver a terra que o latifúndio roubou do povo, destruir as relações de exploração e, em seu lugar, erguer as relações de colaboração e ajuda mútua, transformar os instrumentos de produção, a técnica, os hábitos de trabalho, os ofícios, o próprio homem e governar — pela primeira vez, governar — é o único caminho. Quando o povo trabalhador se apodera dos meios de produção — a terra, as máquinas, os rios e as pontes, as fábricas, os transportes etc. — então, ele precisa governar porque tem que, definitivamente, administrar as suas coisas.É por essas razões que o falso governo, que diz representar o pobre e explorado trabalhador, tudo faz para não colocar nas mãos do povo os meios de produção. Até uma pequena ponte sobre um ribeirão vira promessa jamais cumprida.No Brasil, quando, depois de construir uma estrada, com impostos cobrados ao povo e sempre superfaturada, o governo do imperialismo, dos banqueiros e dos latifundiários dão a estrada às poderosas empreiteiras e nos obrigam a pagar pedágio para transitar por ela.E quem são essas grandes empreiteiras? São as empresas do imperialismo, dos banqueiros, dos latifundiários. As mesmas que financiam muitos dos seus empregados de luxo para serem deputados, senadores, presidentes — confessa o monopólio da imprensa que também é deles.